O mar, o céu e a terra
Disse o mar para a terra: recolhe tuas vestes, recria as tuas criaturas.
A terra ficou fria de espanto e tentou reacender seus próprios abrigos.
Disse a terra: daqui cada um pisa na planta do meu solo, ninguém pode vagar livre no ar sem ser puxado com todas as forças da minha gravidade.
O mar ficou pensando e de espanto pediu para que a terra se cobrisse para atenuar seu calor.
O céu entrou com seu colorido mágico e disse que quebraria o encanto, alguns poderão voar sem se preocupar com a força da planta da terra.
Assim o ar pôde se misturar com a água e reinventar sua própria natureza, vagando vez na terra vez no céu.
Apenas o bater das vestes negras pode recolocar a água de volta ao fluxo da terra, num subir e descer sem fim para brincar livre entre o estado das coisas.
Para criar o equilíbrio entre os elementos, todos concordaram em produzir suas pequenas testemunhas: da água os peixes, da terra os bichos andantes, do ar as aves e insetos, cada um que sem se dar conta, testemunham o poder e a força de sua criação.